Afetos surgidos da imaginação dos afetos do outro

Quem imagina que outro, a quem odeia, também o odeia, tem, com isso, um novo ódio, enquanto ainda dura (por hipótese) o primeiro. Mas se, inversamente, imagina que esse outro está afetado de amor para consigo, à medida que imagina isso, considera a si mesmo com alegria e, assim, se esforçará por lhe agradar, isto é, se esforçará por não odiá-lo e por não afetá-lo de qualquer tristeza. E esse esforço será diretamente proporcional ao afeto do qual provém. Conseqüentemente, se for maior do que aquele que provém do ódio pelo qual ele se esforça por afetar de tristeza aquele que odeia, esse esforço prevalecerá e apagará o ódio do ânimo. (Ética III Prop. 43 dem.)

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